A saga de uma família de retirantes cearenses, comedores de rapadura,
rumo à terra onde a Cana dá.
Fortaleza -> Ceará -> Brasil -> Canadá -> Quebéc -> Québec
domingo, 29 de julho de 2012
Conhecendo o Québec pela arte
Também ainda não havia contado que gosto de fotografia. Não sou lá um artista, mas estou procurando aprender. Nesse aprendizado, acabei topando por acaso com material de excelentes fotógrafos québécois.
A fotografia, ainda que bem amadora, começou como hobby para mim quando cheguei aqui e queria registrar tudo para o blog e para posterioridade. Não precisei gastar muita massa cinzenta para perceber que seria interessante deixar que os profissionais mostrassem a vida aqui de Québec, do Québec, do Canadá e da América do Norte a vocês leitores.
Não são fotos de blogueiros, claro. Mas dá para conhecer a beleza da natureza daqui em cada estação, a arquitetura, o lazer, os esportes, as fisionomias das pessoas, na seção de espetáculo do Michel, podemos ver que tem muito metaleiro aqui em Québec, as atrações turísticas, e muito mais para quem gosta de "respirar" a vida à distância.
Quem sabe um dia eu chego lá.
http://michelemond.com
http://www.mathieudupuis.com
terça-feira, 24 de julho de 2012
Os 12 mandamentos do turista/imigrante brasileiro no Canadá
Os doze mandamentos do turista (ou imigrante) brasileiro no Canadá:
1. Seja pontual
Não é mito: No Canadá as pessoas são pontuais e esperam que você
também seja. Pequenos atrasos são toleráveis, mas lembre-se de sempre
avisar com antecedência. Os horários encontrados nos pontos de ônibus
sao realmente cumpridos
2. Usarás “excuse me”, “sorry”, “please” e “thank you” à exaustão
E
ouvirás bastante também. Os Canadenses podem não ser o povo mais
caloroso do mundo, mas são extremamente educados e prestativos. Não
custa nada retribuir com um pouco de gentileza.
3. Evitarás abraçar estranhos
Achou estranho esse mandamento?
Por aqui as pessoas não estão acostumadas a ter contato físico com quem
não se tem intimidade. Ao ser apresentado a alguém, um aperto de mão é
uma opção segura para evitar constrangimentos.
4. Tomarás cuidado com teus pertences
Não se iluda: pequenos furtos também acontecem no Canada, principalmente nas academias.
5.
No verão saia sempre com uma garrafa de água, principalmente se estiver
em Toronto, Montreal e região. Em alguns períodos a sensação térmica
pode chegar a 48 graus
6. Usarás o transporte público
No Canadá, faça como os
canadenses. Use e abuse do eficiente sistema de transporte público. O
metrô é parte importante das cidades.
7.Estando em Toronto evite
insistir com o garçon para que sirva bebida alcoolica apos as 2 da
manhã. Isso é a lei. Das 2 da manhã em diante o alcool é proibido na
cidade. Se você fizer confusão vão chamar a polícia.
8. Não tentarás usar o jeitinho brasileiro
E se tentar, mas
não se surpreenda com a resposta negativa. Com raras exceções, aqui não
há espaço para improviso ou quebra de regras. Em hipótese alguma tente
subornar um policial no Canadá. Aliás, por favor, não faça isso também
no Brasil.
9. Aproveite a viagem para se despir da homofobia e preconceitos. O
Canadá foi um dos primeiros países do mundo a instituir o casamento gay e
você vai ver que as ruas estão cheias de casais do mesmo sexo. Também
vai conviver com milhares de culturas diferentes. Vai ver desde pessoas
semi nuas a mulheres usando burca. Nao se surpreenda se o caixa do banco
tiver uma tatuagem no rosto. Também entenda que se um gay te paquerar
você nao pode bater nele. Paquerar alguém é direito de todos. Aceitar
ficar com ele ou não é com você mas ser violento ou agressivo é contra a
lei, e no Canadá a lei é aplicada. Acredite.
10.Nas baladas nao pense que aquela menina dançando de forma sexy
vão ficar e transar com você. As canadense dançam de forma ate erotica
mas isso nao te da o direito a toca-las. Se você imaginar que estar no
Brasil e que pode sair pegando na bunda das meninas nao se surpreenda se
acabar jogado na rua pelos seguranças da casa, ou até mesmo ser levado
pela polícia. Aliás, por favor, não faça isso também no Brasil. Nada
pior do que um babaca se achando o gostoso do lugar. Respeite as
meninas.
11. Dê gorjetas. Receber ao menos 10% do valor da conta é esperado
pela maioria dos profissionais de bares e restaurantes do país. Evite
confirmar a má fama dos brasileiros. E na balada, sempre que voce for
pegar uma bebida, deixe 1 dolar no balcão. Estando no Canadá faça como
os canadense. Se adapte.
12. Não falarás barbaridades em português pelas ruas
Não se
engane, há brasileiros e lusófonos por todas as partes, sejam turistas
ou residentes. Portanto, não diga nada em público que você não diria no
Brasil.
(Materia da Revista Veja sobre Londres. Adaptada e perfeitamente aplicável ao Canadá)
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segunda-feira, 23 de julho de 2012
Festival d'été 2012 - Aerosmith
O show do Aerosmith no começo corria risco de furar. A voz do Steven Tyler poderia não estar boa para o show por falta de repouso suficiente depois do show que antecedia o Festival d'été. Mas os organizadores do evento mudaram as datas e disseram que tudo estaria sob controle. Lembrei-me logo da falta de agudos do Jon Bon Jovi que foi comentado até pelas cabeleireiras quando estavam cortando o meu cabelo. "Não foram só vocês músicos que notaram! Todo mundo percebeu!", disse uma. Mas o caso do Bon Jovi é crônico e não agudo (que trocadilho infame!).
Mas ao contrário dos meus receios, o cara mandou ver bem durante todo o show. Mesmo não tendo músicas que gosto tanto quanto as boas do Bon Jovi, o Aerosmith mostrou uma consistência e homogeneidade do começo ao fim. Nada mal para uma banda que está na estrada há QUARENTA E DOIS ANOS!!!!!
O baterista fez um solo de duração considerável que por um lado agradou o público, mas percebi nitidamente um cheiro de Neil Peart (baterista do trio canadense Rush) no ar. Faz de conta que não vi, ou não ouvi.
Mais uma vez utilisei a estratégia de quem não quer se desgastar muito e ainda apreciar o espetáculo. Chego perto da hora do show e fico perto do telão grande mais longe do palco. De qualquer forma, quem não fica bem perto do palco acaba vendo somente formiguinhas tocando. E assim ainda fico perto do ponto de venda de cerveja, dos banheiros e nem fica muito cheio de gente. Perfeito: entra cerveja, sai cerveja.
Não deu certo para eu ir ao show do The Offspring, que parece que foi muito bom. Mas é o terceiro Festival d'été que participo que vale muito a pena, principalmente considerando que 50 ou 65$ de ingresso para os 11 dias é muuuuito barato.
Este foi o set list:
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Draw the Line
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Love in an Elevator
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Falling in Love (is Hard on the Knees)
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Livin' on the Edge
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Jaded
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Oh Yeah
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Last Child
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Drum Solo
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Rag Doll
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Combination
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What It Takes
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Legendary Child
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No More No More
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Sweet Emotion
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Walk This Way
- Encore:
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Dream On
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Train Kept A-Rollin'
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Festival d'été 2012 - Bon Jovi
Comecei a postagem falando isso para dizer que por tocar em uma banda de rock, o Festival d'été para mim é mais interessante ainda. Também citei porque uma música do repertório da banda, que inclusive tocamos em uma festa brasileira, é do Bon Jovi. Se chama "You give love a bad name".
Nada mais lógico que eu ir conferir ao vivo a banda que fez sucesso durante minha adolescência nos anos 80. O local do show estava lotado, mas não tinha a seção F que fica atrás do palco como nos shows dos anos passados que chegaram a ter 130.000 pessoas. Inclusive, aconteceu de fecharem as entradas e alguns terem ficado de fora, o que eu não sabia que poderia acontecer. De qualquer forma, cheguei cerca de meia hora antes do show e entrei.
Esse foi o set list:
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Raise Your Hands
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You Give Love a Bad Name
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Born to Be My Baby
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We Weren't Born to Follow
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Lost Highway
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It's My Life
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Captain Crash & the Beauty Queen From Mars
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Runaway
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I'll Be There For You
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Wanted Dead or Alive(with Happy Birthday (sung to Richie))
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Keep the Faith
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We Got It Goin' On
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Have a Nice Day
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Someday I'll Be Saturday Night
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Who Says You Can't Go Home
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Bad Medicine / Old Time Rock & Roll / Shout
- Encore:
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In These Arms
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I'll Sleep When I'm Dead
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Livin' on a Prayer
- Encore 2:
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I Love This Town
Como banda, eles ainda tocam muito bem. O Jon Bon Jovi perdeu um pouco dos agudos de forma que ele deixa de cantar algumas partes e faz careta em outras. Eu conseguia cantar o que ele cantava sem fazer caretas. Vale ressaltar que a mulherada deve achá-lo fazendo careta muito mais bonito que eu fazendo pose! Uma delas laçou-o com uma espécie de cachecol e papocou um beijo na boca dele. Não foi tão forçado assim. Acho que ele deixou.
O Richie Sambora, guitarrista, continua tocando muito bem. Ele foi mais um dos vários que me fizeram continuar brigando com a guitarra durante todos esses anos. De quebra, ao contrário do "João Bom Jovem", continua com os agudos que tinha e que segura a peteca dos vocais.
Enfim, foi bom e coloquei mais uma banda que gosto na minha lista das eu-vi-antes-de-acabarem. Mas se eu conhecesse o set list e condensassem as que eu gosto durante primeira hora, eu voltaria para casa mais cedo para dormir.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Estados Unidos do Paraguai do Norte
Aqui no Canadá nós temos algumas opções de viagens para conhecer os países vizinhos. Temos a Groelândia, que pertence à Dinamarca (vocês sabiam?), a Rússia se conseguirmos passar pelo Polo Norte, e a França pelas ilhas de Saint-Pierre-et-Miquelon. Sobrou uma opção viável para ir de carro que é os Estados Unidos, logo...
Da primeira vez que fomos para lá, escolhemos a cidade mais próxima que é Plattsburgh (estado de New York). Fica a uns 340Km e 4 horas de Québec e 100Km e 1 hora e 20 minutos de Montréal. Mentira grande! Dependendo da hora, temos que somar um bom tempo (porque bom? deveríamos dizer mau tempo!) por causa da fila na fronteira. Pense que uma hora de espera não é difícil de acontecer. Quando chegamos na guarita e pensamos que vamos continuar a viagem, a tia da cabine diz que temos que ir para a segunda etapa no prédio.
Nesse prédio, também tem fila, mas chamam pelo nome. Se tiveres um nome difícil de ser pronunciado em inglês, é bom ficar atento. Na terceira chamada o tom de voz é menos delicado! Aviso importante 1: Se não formos voltar no mesmo dia, temos que fornecer o endereço de onde vamos ficar. Aviso importante 2: Temos que pagar a taxa do danado do formulário i-94 que como somos quatro, custou 24$. E como não tínhamos dólares americanos, foi no cartão de crédito. Descobrimos que a tarja magnética dele está causando problemas de leitura, mas por sorte temos outro e deu certo. Me lembrem de falar mais sobre o safado do i-94, certo?
Passada a fronteira, rapidinho chegamos em Plattsburgh. Ela é uma cidade pequena, porém miúda! O que tem de interessante lá? Um shopping para comprar muambas, digo, mercadorias e um restaurante que tem um sirloin/surlonge (uma peça que inclui a picanha e outro corte) bem gostoso. Xii!!! Qual é mesmo o nome desse restaurante?
Falando de muambas, se voltarmos no mesmo dia, não temos isenção de impostos. A partir de um dia, temos direito a um valor sem pagar impostos. No momento está de 200$ por pessoa para um dia. Não sei como a escala progride com mais dias mas crianças também contam. Aviso importante 3: Chegue no posto de fronteira canadense com o total já calculado. Não sabia e o cara não gostou da minha desenvoltura como contador. Também, o valor dos impostos mudam de acordo com critérios nada claros e não divulgados. Um deles é o tipo de produto. Tem coisas que têm o mesmo preço lá e cá como o iPhone mas acaba saindo mais caro se pagarmos impostos estadunidenses e canadenses. Mas o dvd player com tela dupla para carro que compramos (uma maravilha para viajar com crianças!) custou com todos impostos uns 150$ enquanto que aqui custava pelo menos 220$.
A segunda cidade mais próxima é Burlington (estado de Vermont), mas me disseram que também não é lá mais interessante que Plattsburgh. O que mais vale a pena depois dessas duas parece ser Lake George (estado de New York) que fica a uns 510Km e 5 horas e 40 minutos de Québec e 270Km e 3 horas de Montréal com aquele adicionalzinho já comentado.
E o que tem lá? Tem um parque com montanha russa, outro brinquedo radical, passeio de barco e outros. Pagamos 18$ de estacionamento mas entramos com o passe de estação do La Ronde de Montréal. Também tem uma praia de lago que nem chegamos a ver porque dedicamos muito tempo para outro atrativo da cidade. Qual? Outlets! O paraíso das mulheres e desespero dos maridos. Tem uma área da cidade que tem um tráfego considerável de carros por ser a região onde se concentram os outlets de marcas como Guess, Tommy e muitas outras que não me lembro. Às vezes os preços nem são tão mais baratos que comprar aqui, mas como era feriadão do Canada Day (ou dia da mudança), tinham uns descontos loucos. Uma sandália de 60$ estava com desconto de 50% e para homens naquele dia, tinha outro desconto. Saiu por 20$. Agora vocês entendem o porquê do nome da postagem, né?
Voltando ao bonitinho do formulário i-94, este é pago e grampeado no passaporte ao entrarmos nos EUA. Ele tem validade por 6 meses. Caso voltemos de avião, eles têm o registro da nossa saída. Mas quando voltamos de carro, eles dizem que não têm como saber que deixamos o país (o que eu duvido). Por isso, temos que devolver o lindinho do i-94 a uma autoridade canadense na fronteira ou em um aeroporto, mas não sei se em qualquer um funciona.
Como não devolvemos em 6 meses (lembrei-me com 7 dias de atraso), tive que mandar uns documentos provando que cada um de nós estava aqui e não lá durante esse tempo. Foram comprovantes das empresas onde eu e onde a Mônica trabalha, um da escola da Lara e um da garderie/creche-escola do Davi. O detalhe é que tem que ser em inglês. Essa página detalha o assunto.
Quando formos mais longe como a Portland, Boston ou New York City, eu escreverei outra postagem com mais informações. Ahh!! Na volta, não deixe de encher o tanque em Plattsburgh a 0,94$/litro ao invés de 1,26$/litro que é o preço atual da gasolina aqui em Québec/Montréal!
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