segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Le domaine de la forêt perdue




Le domaine de la forêt perdue from Alexei Aguiar on Vimeo.

Nossos queridos amigos também vindos do Ceará mas que moram em Montréal nos propuseram um programa diferente. A primeira coisa bizarra...hum...bizarro é muito comum em francês, mas é menos usado em português. A primeira coisa esquisita que saltou aos olhos foi o nome do lugar: Le domaine de la forêt perdue/O domínio da floresta perdida. É o que?!?! É o tipo de situação onde entendemos o que foi dito, mas não o que quer dizer. Me veio à ideia duendes, cavaleiros medievais e maconha mofada temperada com veneno de rato.

Bom, é uma fazenda que tem uma pista de patinação em forma de labirinto com 10 Km de extensão total. Além da patinação, tem os animais para as crianças verem. Sounds interesting/parece interessante! E onde fica isso? Fui consultar no site deles. Notre-Dame-du-mont-Carmel?!?! Hein?!?! Ahh bom! Porque é que não arredondam logo para Trois-rivière (ou troière como eu ouvi uma mulher de lá pronunciar)? É bom porque fica no meio do caminho entre Québec e Montréal, que não é longe. Principalmente quando já viajamos para Montréal o suficiente para não sabermos dizer quantas vezes foram.

Pagamos 14$ por adulto e 12$ por criança. Esses 4 ingressos nos deram direito a compra de produtos da fazenda na saída. Escolhemos um pote de mel puro. Lá é rústico, mas tem estrutura para a quantidade de visitantes, que não era pouca. Tem um galpão com muitas mesas para refeições e outro que não entrei, mas que tinha microondas. Não recomendo levarem para almoço feijoada, buchada, sarrabulho, e outras comidas pesadas e indigestas (a poutine, que é típica do Québec, entra na lista), sob o risco de não ter patinação depois do almoço.

O gelo estava muito bom, principalmente para eu que estava me acostumando a patinar em qualquer buraco. Tem uma máquina que eles desenvolveram para passar pela pista toda com pouco reabastecimento. Quanto à questão de ser um labirinto e se perder, bom, até que pode. Mas não é lá um labiriiiiinto com Minotauro e tudo mais. A melhor definição que eu pensei para esse labirinto foi que pediram para fazer um quadriculado de pistas, mas quem o fez tinha tomado umas cachaças e ficou ondulado. Também, o terreno é bem comprido, mas não tão largo. Se usarmos o tradicional macete para labirintos de seguirmos sempre com a mão na "parede" da direita ou da esquerda, em no máximo 2,8Km percorre-se todo o perímetro exterior e volta-se ao ponto de partida. Cuidado que isso fura para labirintos que tem ilhas, que é o caso, mas basta ir até a borda e seguir a regra.

Na entrada eles vendem baratinho um saquinho pequeno com comida para darmos aos animais. O Davi morria de rir com um cervo comendo na mão dele, porque devorava a comida rápido como um aspirador de pó. Vacas, cavalos, carneiros e bodes são animais de fazenda mesmo. Mas achei curioso que tem também lá lhamas, pôneis e emas ou avestruzes (nunca sei dizer quem é quem).

Portanto, colegas, é um programa legal para quem gosta de patinar e de quebra curtir a natureza. Nesse dia, acho que patinamos uns 7Km e o bonitão do Davi nem reclamou porque estava sendo puxado no trenó, só curtindo.

sábado, 21 de janeiro de 2012

730 dias, 104 semanas, 24 meses, 8 estações, 2 anos


Já fazem dois anos! Passa rápido mesmo, como eu escrevi na postagem sobre o primeiro ano.

Do ponto de vista formal, ganhamos o direito de renovar nossos vistos de residente permanente por mais 5 anos, mesmo que passemos os 3 anos restantes desses vistos fora daqui. Mas isso não está nos nossos planos! A ideia é daqui a mais um ano darmos entrada nos pedidos de cidadania, fazermos a prova e possivelmente ainda em 2014, termos os nossos passaportes canadenses. Ou seja, esse direito de renovação vai acabar não tendo utilidade para nós.

O que acontece com um imigrante que mora aqui há dois anos varia muito. Mais uma vez o Ministério da Saúde adverte: não peguem o nosso caso como exemplo para achar que vai ser assim com vocês! Cada caso é um caos, digo, caso!

Gosto de começar pelo idioma, porque é um ponto chave na integração. Depois de dois anos, estamos confortáveis para falar em francês. A Lara está como uma nativa, inclusive no sotaque. O Davi ainda fala torto, mas seria a mesma coisa em português. Ambos continuam entendendo quase tudo que falamos em português mas os avós do Davi, que vieram nos visitar, não entendem mais o que ele fala porque tem mais francês que português. Tem horas que a Lara fala somente em francês, e tem horas que fala somente em português com alguns erros que considero irreversíveis mas não tão sérios. Exemplos: "Ela disse de sair...", "Eu pintei em azul...", "Eu vou ir...", etc. Eu acho que falo em francês e em inglês com apenas alguns erros, mas como sou perfeccionista, eles me incomodam principalmente quando tenho que fazer alguma apresentação na empresa. No meu caso, ainda tem o agravante de que a maior parte da minha equipe fica na Hungria e Ucrânia, além de ter que interagir com pessoas dos EUA. Logo, fico me incomodando com a imperfeição de dois idiomas diariamente, mas sei que o importante é se comunicar bem e isso está acontecendo.

Engatilhando o assunto, tivemos boas conquistas. Eu fui promovido recentemente de desenvolvedor ("programador") a arquiteto (de software) e a Mônica, que é engenheira eletricista de formação, conseguiu um emprego na área de TI. Desde primeiro de julho, o dia da loucura, moramos na nossa casa e não mais em um apartamento. Me livrei do estresse do Davi pulando e trotando no chão de madeira com um vizinho embaixo. Também trocamos o carro por um quatre pattes/quatro patas (4x4) bem apropriado e seguro para a cidade que é, dentre as mais importantes do Canadá, a que mais neva e que tem muitas ladeiras, muitas delas bem íngremes.

Engatilhando mais uma vez (parece até que é de propósito). Estando no nosso terceiro inverno, já temos bons macetes para combater o frio. Mas eu deixei de usar cachecol, sous-vêtement (camada por dentro da calça) e por baixo do casaco, sempre uso somente uma camisa de manga curta, mesmo quando está mais frio que -20°C. A patinação é há muito tempo nosso esporte predileto e ainda curto hockey, embora o Canadiens de Montréal estar muito fraco esse ano.

Ainda não fomos ao Brasil visitar a família e parentes, que está programado para agosto desse ano. Mas como temos contato com as pessoas que estão no Brasil pelo Facebook e por Skype, curiosamente, estamos tendo choques culturais inversos. Em muitos aspectos nossos hábitos e pontos de vista mudaram. Agora, quando vemos determinados acontecimentos no Brasil, achamos esquisito e às vezes até absurdo.

Deus tem nos dado muitas bênçãos nesses dois anos de nova vida aqui e já sentimos que aqui é a nossa casa. Tivemos muitas batalhas, muitas conquistas e continuamos avançando com passos firmes e fortes! Que venha o terceiro ano!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Moradia para quem chega em Québec


Para quem está vindo para Québec (e serão muitos nesse inverno) e está procurando onde ficar, vale a pena dar uma conferida nessa postagem, onde passo links sobre onde ficar o primeiro mês e dicas sobre locação. Uma novidade é que existem organismos que dispõem de pessoas que procuram tanto um local temporário quando "definitivo". Conheço um brasileiro, que se chama Leonardo, trabalha no Soiit e que sempre mapeia os imóveis disponíveis com antecedência para poder sugerir aos recém chegados. O serviço é tão completo que ele leva a pessoa de carro para conhecer esses imóveis. Um luxo!

Eu encontre esse site do Centre Multiethnique e pensava que ele trabalhava para esse organismo, já que diz explicitamente que fazem isso. Além do mais, Soiit é mais direcionado para a orientação ao emprego e/ou capacitação.

Pelo jeito, esses e mais outros organismos se sobrepõem nas suas finalidades de ajuda aos imigrantes. Achei relevante para deixar registrado aqui.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Musée de la civilisation





Essa é mais um daquelas postagens bem atrasadas sobre atrações turísticas de Québec. Até o Davi conhecia o Musée de la civilisation e somente eu ainda não.

A exposição que me interessava mais era a de Roma. Recomendo se informar do horário da visita guiada. Peguei uma parte da explicação da guia em inglês e outra em francês e vi que o conteúdo histórico que elas passam é muito rico e curiosa. Tem esculturas, pinturas e objetos de várias épocas separadas por zonas: antiguidade, era medieval, renascença, era barroca e era moderna. Infelizmente vocês não vão poder ver quase nenhuma foto dessa exposição porque um segurança veio me avisar que é proibido tirar fotos. Ops! Outra coisa que é bom se informar é que era de graça em dois dias da semana, mas não no que fomos! Dããã!!! Custou 13$ por cada adulto e não precisamos pagar pelas crianças.

O museu é bem high-tech, com projeções em placas de metal com efeitos, receptores sem fios com fones de ouvido para a visita guiada e até aplicações para iPhone e iPod.

Na exposição sobre a Radio Canada, trocentas televisões e terminais touch screen para conhecermos um pouco da estória dessa rede de comunicação que faz parte da vida do canadense há décadas. Tem umas seções com tratamento acústico a base de paredes forradas com esponja com formatos triângulares para ouvirmos a sonoridade original do rádio antigo. Outra coisa que podemos ver são televisores, rádios e câmeras antigas, bem como vestimentas e outros objetos que nos remetem a épocas antigas.

Havia também uma exposição sobre gravuras dos Inuit, conhecidos no Brasil como esquimós, mas não tivemos tempo de vê-la.

Interessante mesmo para as crianças é uma parte de ciências que tem várias experiências práticas com as quais eles podem interagir. O que eu mais gostei foi o simulador de terremotos. Infelizmente, a simulação de terremoto de magnitude 7 na gravação foi mais fraca que a anterior.



É um programa cultural e diferente. Infelizmente, ainda não conheço os outros museus da cidade como por exemplo, o Musée de l'Amerique française, que é o mais velho museu do Canadá. Mas com certeza, quando eu passar por lá, vou escrever uma postagem para vocês.