quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mudança de formulários do processo

Acabei de ver a notícia de que mudaram os formulários de obtenção de todos os vistos canadenses. Agora é online com validação e geração de código de barras. Leiam mais detalhes no link abaixo.

http://www.cic.gc.ca/english/information/applications/skilled.asp

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nossos vizinhos não existem!


Nooooosa Senhora! Nunca vi vizinhos tão simpáticos, prestativos e calorosos quanto os nossos. E não estou falando dos que moram apenas em uma casa.

Tudo começou antes mesmo do começo. Antes da mudança do apartamento para a casa, eu trazia as coisas menos importantes e menores mas que enchiam completamente o carro. Na segunda-feira à noite, lembrando que as coletas de lixo passam na terça-feira, coloquei o latão de lixo (grande, de plástico e com rodinhas) comum e o de lixo reciclável (aqui todo mundo faz coleta seletiva) na rua.

Quando cheguei com mais caixas na terça-feira à noite, cadê os latões? Quack! O lixeiro nem pega neles! É um braço mecânico que vira os latões para dentro do caminhão. Eu sou louco mas tenho certeza que os coloquei na rua pois lembrava que eram mais pesados do que o que imaginava. Quando estacionei o carro na "garagem" (é só o chão), percebi que eles estavam novamente no quintal. Algum dos vizinhos, sem ainda nem nos conhecer, fez a gentileza de levá-los da rua para o quintal. Até hoje não sei quem foi.

Aqui as casas não têm muros. O vizinho do lado esquerdo tem uma cerca no quintal para as crianças não sairem e o do lado direito tem uma cerca viva que não impede de vermos quem está no quintal por causa do desnível do terreno. Já para o vizinho de trás, não tem nada a não ser o desnível pelo fato do terreno dele ser cerca de um metro mais alto que o nosso. Dessa forma, quando estamos nos quintais, podemos ver e ouvir uns aos outros. Assim, logo nos primeiros dias os próprios vizinhos puxaram conversa, se apresentaram e deram as boas vindas.

Um belo dia, escutei os gritos do Davi um pouco mais longe. Quando fui ver, ele estava dentro da cerca do vizinho da esquerda, brincando com os filhos deste. Valei-me meu Santo Aleixo! O menino já invadiu a casa do vizinho sem pedir! Quando cheguei lá, descobri que os filhos do vizinho é que tinham pedido à mãe deles para brincarem com o Davi lá. Logo depois, a mãe deles me perguntou se poderia levar o Davi para tomar banho de jet d'eau/jato de água com os filhos dela no parque. Na outra semana, eram os filhos deles que estavam lá em casa.

Outra vez, a Mônica me ligou avisando que iria sair e a Lara não queria ir com ela. E aí? Como é que faz? A Lara fica na casa da Denise! Hein? Tranquilo! Já está tudo acertado! Quando cheguei, a Lara estava desenhando e conversando com os vizinhos de trás, um casal de aposentados maravilhosos. Como a sua filha é comportada! E de quebra nos mostraram o interior da sua casa, que é enorme. E isso tudo em menos de 20 dias!

O Ivan, marido da Denise, este é tão solícito que até me encabula. Me ensinou a cortar a grama e emprestou a máquina de cortar grama portátil para fazer o acabamento antes de eu comprar a minha.

Em um final de semana que estávamos com visitas, ele me chamou. -Eu estou vendo que estás com visitas. Eu tenho quatro cadeiras no cabanon/remise/depósito (externo) que não uso. Vamos pegar para as suas visitas? Outro dia: -Sua esposa contou que ainda não compraram a mesa e as cadeiras do patio/"varanda" do quintal porque não cabem no carro. Quando quiseres, me avise que vou com você para trazermos no meu reboque. Não só foi comigo, como ainda se ofereceu prontamente para ir ao outro Canadian Tire lá do outro lado da cidade quando disse que não tinha mais no que fica mais perto de onde moramos.

E ele não me deixa arrodear o quarteirão! -Você vem cansado do trabalho. Não precisa fazer toda essa volta. Passe pelo terreno e vá direto ao quintal da sua casa que é mais rápido. Muitas vezes, quando estou em frente à casa dele, ficamos uma meia hora conversando. Nessas conversas, ele me apresenta outros vizinhos das casas próximas, que são bem humorados.

Quando fui devolver as cadeiras dele, ele saiu com essa: -Não! Você pode precisar delas quando chamar seus amigos! Eu tenho muitas no meu patio e na garagem. Não tenho como usar e só estávam guardadas. Se você quiser e não se incomodar com elas, se tiver espaço no seu cabanon, fique usando-as! E aí se segue a frase que escutamos demais por aqui que explica e resume o porquê de tanta gentileza: Ça me fait plaisir!/É um prazer para mim!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Qual vai ser o seu novo nome?


Inicialmente, eu pensava que quando chegasse aqui o meu nome completo se mantivesse o mesmo. Até poderia, mas quando fui tirar o primeiro documento canadense, o NAS (Numéro d'assurance social)/SIN (Securitity Insurance Number)/número de seguridade social, a funcionária do Service Canada me fez a seguinte pergunta: Qual sobrenome você quer manter? Pego de surpresa, eu disse Aguiar que é o último sobrenome que veio do meu pai e que passou aos nossos filhos. Ploft! Acabara de mudar de nome sem saber as implicações.

Quando cheguei ao banco para abrir a conta, a gerente perguntou meu nome: Alexei Barbosa de Aguiar. E ela disse: - Bom, oficialmente seu nome é Alexei Aguiar segundo o seu cadastro do NAS, e eu tenho que seguir o nome oficial. - É? Então tá. É bom saber. Já com um amigo meu, aceitaram o nome brasileiro diferente do que estava no NAS.

Depois disso, usei sempre Alexei Aguiar em todos os outros cadastros. Com o tempo, percebi que não foi algo planejado, mas foi bem conveniente. Primeiro porque alguns formulários como o de envio de encomendas dos correios mal tem espaço para escrever Alexei Aguiar. Segundo porque, devido às colisões de nomes, alguns cadastros mais exigentes pedem o sobrenome (último) da nossa mãe quando era solteira como forma de desambiguação. Não por acaso, é justamente o Barbosa que foi suprimido, já que temos também no Brasil uma certa convenção social de utilizar o sobrenome do pai no final e passá-lo aos filhos.

Agora se eu tivesse suprimido o Aguiar? Vejamos:

Nome completo brasileiro: Alexei Barbosa de Aguiar
Nome: Alexei
Sobrenome da mãe: Barbosa
Sobrenome do pai: de Aguiar

Escolhendo Aguiar:
Nome completo canadense: Alexei Aguiar
First name/prénom: Alexei
Last name/nom: Aguiar
Mother's maiden name/nom de naissance de la mère: Barbosa

Escolhendo Barbosa:
Nome completo canadense: Alexei Barbosa
First name/prénom: Alexei
Last name/nom: Barbosa
Mother's maiden name/nom de naissance de la mère: Barbosa

Esquisito, não? Isso causaria ainda mais confusão que o meu nome russo (que eu adoro)  já causa.

Mas, porém, entretanto, todavia, contudo... isso não é regra. Os próprios québécois usam dois nomes e/ou dois sobrenomes como Marie-Claire Legrand-Dubois, porém, ligados por hífens. E tem brasileiros que usam um sobrenome em alguns cadastros e dois sobrenomes em outros, ou mesmo outras formas.

Vale também citar que a interação de quem mora aqui com empresas estadunidenses é forte, logo, estamos sujeitos a problemas quando usamos acentos em sistemas que foram concebidos para nomes e endereços de lá. Recentemente eu mudei o cadastro no site que gerencia as ações que a empresa onde eu trabalho dá e escrevi Québec com o acento. O sistema aceitou, mas trocou o "é" por dois caracteres completamente malucos. Também, é interessante pensar em qual nome e qual sobrenome pode causar dificuldades de pronúncia, principalmente em inglês que é foneticamente bem mais limitado que o francês.

Outro fator que afeta o futuro nome é a limitação de comprimento no formulário que entregamos no landing ou mesmo erros de digitação nesse. Segundo relatos, uma vez truncado ou errado, o máximo que podemos fazer depois de chegar aqui é suprimir o nome ou sobrenome em questão, mas não permitem que o corrijamos.

Não quero impor regras, até porque nem mesmo as conheço e vejo que registram nomes de formas bem variadas. Mas é bom que saibam que os seus nomes poderão mudar e o que isso pode ajudar ou atrapalhar um pouco. Só um último aviso que me passou pela cabeça agora. É bom pesquisar se algum nome, sobrenome ou apelido tem um significado engraçado ou feio em inglês e em francês. Exemplos: Cacá em francês quer dizer cocô e Cris soa como crisse, que é um palavrão québécois bem pesado!