domingo, 4 de julho de 2010

Je m'appele Алексе́й


Desde pequeno que eu sou muito curioso. E uma coisa eu adoro é conhecer diferenças culturais. Muitas coisas surpreendem por serem totalmente direrentes e outras até por serem quase iguais. Neste ponto, países que têm muitos imigrantes como o Canadá e a Austrália são um prato cheio. E olhe que Québec tem um percentual baixo comparado aos grandes centros.
Pela primeira vez, alguém disse o meu complicado nome com mais certeza e naturalidade que eu mesmo! Fomos visitar uns amigos da turma de francisação da Mônica que são ucranianos. E, como meu nome é russo, para eles é tão comum quanto Antônio. É o tipo de socialização (sem confundir com socialismo!) muito interessante, porque nenhum entende o outro se não falar em francês. Nada contra ter amigos brasileiros, que tenho aos montes, mas entre brasileiros, quase sempre só se fala em português. Sem falar da riqueza cultural da experiência. Logo que o nosso amigo também adora explorar essas nuances culturais.
É legal por exemplo, quando o russo-ucraniano falou algo como brrrót, por não lembrar como se fala irmão em francês, e eu entendo por "semelhança" com brother do inglês e com bruder do alemão. Ou também quando ele falou algo como sóc e eu pensei que ele estivesse tentando falar suco em português, mas é suco em russo! Sem contar no teclado do computador e nos mapas que ele me mostrou tudo com o alfabeto cirílico, que segundo ele, veio do grego.
A sopa de legumes estava bem esquisita. Nunca vi nada parecido, mas era gostosa. Em compensação, quando respondi que os carros no Brasil custavam mais que o dobro dos daqui, e eram pequenos com motores fraco por causa do preço da gasolina, ele riu e disse: Ahhh!! É igualzinho na UkRRRRaine!
Agora o mais importante da estória. Eles moram longe, andam demais para deixar e pegar a filha na garderie/creche, guando chegar o inverno vai ser ainda pior, e nenhum deles tem a permis de conduire québécoise/carteira de motorista quebequense. A Natasha, que agora se chama Nataliye ou Nataliya (uma comédia ver a filha de 13 anos ensinando o pai a escrever o nome da esposa!) já fez a prova prática e foi reprovada. E está pagando 60$ por hora aula de um professor particular. Imigrante em geral sofre um bocado no começo, então, entendi que uma das nossas missões aqui é ajudar no que pudermos os nossos colegas, mesmo que tenham vindo do outro lado do mundo. Vou dar aulas de direção de graça para ela segundo as regras de trânsito daqui e vamos ver se eles poderão finalmente comprar um carro, reduzir o fardo do dia a dia e poder desfrutar mais da nova vida. Façamos a corrente do bem para propagar a ajuda que recebemos e repassá-la para os que chegam aqui, afinal, somos todos irmãos, frères, hermanos, brothers, bruders e até mesmo bRRRóts!

5 comentários:

  1. Nada como fazer uma boa ação ajudando alguém. Muitas vezes nós ganhamos muito mais que a pessoa que recebe. Parabéns pela bela iniciativa Alexei.

    E a vida segue...

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  2. ta de parabens pelo altruismo! e isso ai! na verdade, o sucesso de cada cidadao faz uma nacao prospera, e vc com certeza esta dando a sua contribuicao!
    beijos, paola

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  3. Parabens pela atitude, pois independentemente de sermos de culturas ou de "raças" diferentes, pertencemos a mesma raça ... a humana !! nao ha nada melhor do que estender a mão a alguem que precise, mesmo em coisas simples... é muito gratificante !!

    abraços

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  4. César: Daqui a poucos dias, vais poder sentir melhor essa necessidade de ajudar e ser ajudado. Boa imigração!
    Paola e Julian: Obrigado.

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  5. adorei seu post! e vou te falar, também estou feliz com meu pequeno nucleozinho de sudanês, venezuelanos e etíope. eu amo os amigos brazucas, mas também amo esses meus novos companheiros que me permitem francêisar/inglêisar e me ensinam a me aculturar.

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