segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Quem é fanzão do trio de rock progressivo Rush sabe que esse título é código morse e que significa YYZ. Este código transcrito para uma partitura vira a introdução da música de mesmo nome. E assim começa a minha simpatia pelo Canadá, ainda na adolescência, enquanto eu tocava algumas músicas deles com a minha primeira banda.
Quando a perspectiva de vir morar aqui ficou mais concreta, meus amigos começaram a perguntar: E ai? Será que vais poder assistir a algum show do Rush? Se der certo... E também descobri que YYZ é o código do aeroporto de Toronto, quando procurava voos para cá.
Pois bem, deu certo! E mais fácil, barato e rápido que o que eu imaginava. Foi meu presente, exatamente no dia 15 de julho, quando eu completei 6 meses de Québec. Nossa! Como passou rápido! Daqui a pouco faremos um ano aqui.
Por falar em meio ano de Canadá, a ida ao show me lembrou algumas coisas do Brasil, resalvando as devidas proporções! Ônibus cheios. Pela primeira vez vi ônibus realmente cheios, porém, dava para ficar apenas com contatos ocasionais e não amassado. E o motorista determinou que o mesmo que estava lotado e nem abria mais a porta. Fazia um calor desgraçado, mas para os padrões daqui. Tinha engarrafamento, pessoas desrespeitando a faixa prioritária de ônibus e táxis, mas só até uma certa distância da área do show. Tinha molecagem dentro do ônibus, mas muito mais branda que a que conheço. No local, latas de cerveja e garrafas pelo chão, sim! Aos montes! Afinal, show é show. Bom, enfim, nada que eu não esperasse ou que me decepcionasse. Apenas avisando que aqui não é um lugar de robôs pré-programados para serem super certinhos. Gente é gente no mundo todo. Mas quando cheguei nas imensas filas sendo respeitadas, percebo que realmente não é a mesma coisa. Mas a discussão de povo alegre ou frio e certinho ou errado fica para outra postagem.
Plaines pleins/Planos (d'Abraham) cheios e sem chuva. Perfeito para um show de 3 horas! Quack! Nem sabia que existiam shows tão longos assim! Só assim dá para tocarem as melhores músicas dessas mais de quatro décadas de carreira. Nada mal, hein?
O Geddy Lee (o vocalista, baixista, tecladista e outros istas) começou falando uma frase em inglês e outra em francês. E eu lá pensando: Que legal! Os discursos do primeiro ministro parece que são alternados assim também. A visão do Canadá neutro, bilíngue, respeitando a diversidade! Bullshit!/Pø##4 nenhuma! Logo em seguida ele diz em inglês: Desculpem! O meu francês é ruim! Que decepção! O cara mete uns trechos em francês nas músicas, gravaram um dos albuns mais conhecidos aqui no Québec, culto, canadense e com um bocadinho de primaveras. Eu jurava que ele falava francês! Isso depois de ter ouvido o Bruce Dinkson (vocalista do Iron Maiden) que é inglês falar pelos cotovelos em francês, deu vontade de chamar o Geddy Lee de Jegue Ali!! Mas deixando de ser cri-cri, nesse show tinha muita família inclusive com crianças sentados em toalhas como em pique-nique. Tinha até bebês! Realmente um ambiente tranquilo.
A única brabice que fiz dessa vez foi entrar na fila da barraca da Molson Dry. Sabia lá o que era isso! Estava fazendo calor e eu queria tomar um refrigerante. Chegando perto é que o desconfiômetro alertou. Mas já tinha passado um tempão e estava com sede, agora vou beber, seja lá o que for! Era cerveja! Eu sei! Eu sei! Nada demais! É que não costumo beber, com meia lata o chão já está balançando sem terremoto e com a lata terminada, já me sinto surfando no Havaí. Mas fiquei paradinho e deu tudo certo. Não tropecei em ninguém.
Na volta, a mesma coisa do outro show. Muita gente nas ruas e nos bares, restaurantes e afins da Grande Allée, e um passeiozinho a pé para casa, afinal, esse caminho deserto já é seguro, ainda mais cheio de gente.
Não fui aos shows do Billy Talent (Canadá), Santana, Black Eyed Peas e Rammstein (Alemanha), mas o Dream Theater, Iron Maiden e Rush, dos quais eu sou fanzão há muito tempo, foram inesquecíveis. Afinal, tanto as tristezas quanto as alegrias fazem a nossa vida de imigrante ser mais intensa.








2 comentários:

  1. Um show desses com ceteza é inesquecível. Espero no Canadá ter oportunidades de assistir vários como esse.

    E a vida segue...

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